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Propranolol serve para ansiedade e medo do palco

O propranolol serve para ansiedade

O medicamento propranolol serve para ansiedade e é muito usado por quem tem medo de falar em público. De fato, o propranolol serve como calmante e é ainda considerado um dos poucos medicamentos empregados com sucesso no tratamento do medo de palco1.

Por isso, esse medicamento é muito usado por artistas, tais como músicos, dançarinos e atores, bem como por pessoas que eventualmente precisam se apresentar ou falar em público.

Por que o propranolol serve para ansiedade? Como ele atua?

O propranolol consegue mascarar os sintomas físicos da ansiedade1. Na prática, é especialmente o controle ou bloqueio desses sintomas o indicador de que, de fato, o propranolol serve para ansiedade.

Mas, para explicar isso melhor, preciso falar um pouco da adrenalina e da noradrenalina. Estas são substâncias químicas – ou melhor, neurotransmissores – que nosso corpo libera em maiores quantidades quando estamos assustados. Elas estão por trás daqueles sintomas que vêm com esse susto, como tremor e coração disparado.

Em outras palavras, quando tomamos um susto ou entramos em pânico, o nosso corpo libera altas concentrações de adrenalina e noradrenalina, neurotransmissores que nos preparam para justamente para a fuga. Então, esse é um mecanismo natural defesa.

Porém, esse mecanismo pode virar um pesadelo para quem tem medo de falar em público. Porque a pessoa entra em pânico e aí lá vem a descarga de adrenalina e noradrenalina, que a prepara para fugir.

Só que a pessoa não pode sair do lugar, pois ela tem uma apresentação para fazer. E a adrenalina e a noradrenalina podem prejudicar ou até arruinar a performance do apresentador – seja ele um artista, um executivo, um estudante, um professor ou qualquer pessoa que definitivamente não se sente à vontade ao falar em público.

O propranolol é um beta-bloqueador

Entretanto, para produzirem esses efeitos, a adrenalina e a noradrenalina precisam se ligar aos seus receptores. E aí que entra o propranolol. Ele bloqueia os tais receptores (do tipo beta), impedindo que a adrenalina e a noradrenalina se liguem a eles.

Mais especificamente, o propranolol bloqueia os chamados receptores beta (denominados beta-1 e beta-2 adrenérgicos). Por esse motivo, ele é conhecido como beta-bloqueador. Em farmacologia, dizemos que ele é um antagonista beta adrenérgico.

Dessa maneira, isto é, ao bloquear os receptores beta, ele “bloqueia” esses sintomas físicos do pânico, como tremores, respiração acelerada e coração disparado. É por isso que, de certa forma, o propranolol serve para ansiedade.

O propranolol serve para ansiedade de desempenho

O medo do palco – que também inclui o medo excessivo de falar em público – é um problema que afeta muitas pessoas. Tecnicamente, ele é denominado ansiedade de desempenho1.

propranolol serve para ansiedade - microfone
O propranolol serve para ansiedade de desempenho, que é também conhecida como “medo do palco”.

Sempre que a pessoa tem que se apresentar de alguma forma, ela manifesta esses sintomas físicos, tais como aumento da frequência cardíaca, tremores, voz trêmula, sudorese, além de sensação de desconforto1.

E o pior é que essas manifestações podem, em alguns casos, ocorrer dias, semanas ou até meses antes do evento1. O indivíduo começa a literalmente a sofrer por antecedência.

Esse problema pode ser muito sério e realmente prejudicar a vida da pessoa, resultando, muitas vezes, em abandono de uma carreira promissora. Causa perda de oportunidades educacionais, sociais e profissionais. Com isso, torna-se, de fato, uma situação com implicações psicológicas, sociais e financeiras 1.

O propranolol pode evitar aquele nervosismo que chega a “dar branco”

O propranolol é útil para aliviar boa parte dessa exaltação emocional. Ele pode realmente reduzir o medo do palco, bem como as alterações cognitivas (como a dificuldade de raciocínio e de organizar ideias) decorrentes à ansiedade1.

Sabe quando o nervosismo excessivo compromete até o pensamento e causar lapsos de memória? A pessoa tem até receio de “dar branco”. Pois é, o propranolol pode também ajudar no controle desse problema.

Evidentemente, ele não atua diretamente na melhora da cognição – pensamento, memória, raciocínio –, ele apenas reduz o efeito do fator que prejudica a cognição, que é, no caso, a própria ansiedade.

Dessa forma, ele acaba sendo útil em situações como entrevistas, exames e apresentações orais1. Isso, é claro, quando o indivíduo sofre da tal ansiedade de desempenho e realmente necessita do medicamento.

A grande vantagem é que, nesse caso, não há necessidade de tratamento de uso contínuo. O uso pode ser esporádico, apenas para aquele momento. Em geral, 40 mg de propranolol, uma hora antes de uma apresentação, resolve o problema1.

Geralmente, a ansiedade de desempenho ou medo do palco desaparece com o tempo

É uma questão de prática. Em muitos casos, com o tempo, os sintomas do medo do palco e de situações semelhantes desaparecem com o tempo. Isso porque o indivíduo, quando exposto a essas situações com certa frequência, acaba se acostumando e perdendo o medo. Isso realmente acontece com muita gente.

Por isso, quando o medo de palco é realmente prejudicial, o indivíduo pode utilizá-lo uma hora antes da situação estressora e fazer isso até que o medicamento não seja mais necessário. E assim se livrará do uso do medicamento.

Seja como for, é absolutamente fundamental ter em mente que não se deve utilizar nenhum medicamento sem necessidade. Além disso, deve-se evitar a automedicação.

Afinal de contas, o médico, ao prescrever um medicamento, avalia se o mesmo é indicado para aquele paciente. Cada caso é um caso e certo paciente pode apresentar alguma contraindicação ao uso do propranolol. Ele não pode ser utilizado, por exemplo, por quem tem asma ou pressão baixa.

O melhor remédio para a ansiedade de desempenho é terapia psicológica

É fato que o propranolol serve para ansiedade de desempenho. Todavia, a abordagem psicológica é sempre o melhor remédio nesses casos. Isso porque a terapia é um recurso não medicamentoso que, portanto, não expõe o paciente a efeitos colaterais – adversos – e não tem contraindicações.

Além disso, a terapia trata a causa e não apenas os sintomas, como faz o medicamento. Ainda, consegue realizar o manejo do problema de forma mais abrangente e eficaz.

Enfim, não tem comparação.

Cuidado com o propranolol: efeitos colaterais (adversos)

Tenha sempre em mente que todo medicamento pode provocar efeitos colaterais (adversos), e o propranolol não é diferente. Ele pode causar reações como:

  • fadiga,
  • extremidades frias e sensibilidade ao frio,
  • distúrbios do sono e pesadelos,
  • hipotensão (pressão baixa),
  • hipoglicemia (queda do nível de açúcar no sangue), sobretudo em pessoas que são predispostas a ter esse tipo de problema.

Além disso, pessoas que estejam em jejum prolongado devem evitá-lo. Isso porque, nesse caso, o risco de efeitos adversos é maior, especialmente o de ocorrer hipoglicemia e hipotensão.

E como já informei, ele é contraindicado para asmáticos ou pessoas com histórico de asma brônquica ou broncoespasmo. Aliás, a bula inclui uma lista de contraindicações.


Referências:

  1. Szeleszczuk L, Fraczkowski D. Propranolol versus Other Selected Drugs in the Treatment of Various Types of Anxiety or Stress, with Particular Reference to Stage Fright and Post-Traumatic Stress Disorder. Int J Mol Sci. 2022;23(17):10099. Disponível em https://doi.org/10.3390/ijms231710099

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