Sintomas da falta de vitamina D são cada vez mais comuns. Isso porque a deficiência de vitamina D é um problema de saúde global. Hoje em dia, sabe-se que essa condição afeta mais da metade da população mundial1.
Causas da deficiência de vitamina D
Vida em ambientes internos
Esse problema se deve, pelo menos em parte, ao estilo de vida moderno.
Em primeiro lugar, falta exposição ao sol. Afinal, é a partir dessa exposição que a pele produz a vitamina D que o nosso corpo necessita. E atualmente as pessoas expõem-se menos ao sol.
Passamos muito tempo indoor, isto é, em ambientes internos. E isso se dá até na hora de nos transportarmos de um lado para o outro.
Tal fenômeno acabou elevando os casos de deficiência e, em consequência, a ocorrência de sintomas da falta de vitamina D.
Protetor solar, tom da pele e uso de roupas
Além disso, o tom da pele pode dificultar ainda mais a produção de vitamina D. Isso porque a melanina (pigmento da pele) atua como um protetor solar natural, o que pode reduzir a absorção da luz solar e, com isso, diminuir a produção de vitamina D. E quanto mais escura a pele, mais melanina ela tem1.
Com isso, quanto mais escura a pele, mais exposição ao sol pode ser necessária para produzir vitamina D suficiente. Evidentemente, seguindo esse raciocínio, quem tem pele mais clara, tem menos melanina e, portanto, precisa de menos exposição solar para obter a vitamina D necessária1.
Por outro lado, o uso de protetores solares pode dificultar exposição ao sol e assim a produção de vitamina D, segundo alguns estudos. Mesmo assim, é fato que os protetores solares previnem o câncer de pele e isso justifica a necessidade do seu uso1.
Outro problema é o uso de roupas. Ao cobrir o corpo todo, elas impedem a exposição ao sol e, portanto, a produção de vitamina D.
Condições clínicas
Seja como for, felizmente, também pode-se obter vitamina D por meio da alimentação e da suplementação. Esse recurso geralmente soluciona o problema quando a exposição ao sol é prejudicada.
No entanto, algumas condições clínicas – o que inclui certos problemas de saúde e uso de alguns medicamentos – dificultam inclusive o bom aproveitamento, pelo corpo, da vitamina D ingerida ou produzida pela exposição solar. Isso faz com que algumas pessoas tenham deficiência dessa vitamina mesmo com a exposição ao sol e com a ingestão adequada.
Além disso, em idosos, a deficiência dessa vitamina é muito comum. Isso se deve a fatores como aumento da espessura da pele, menor absorção intestinal, menor exposição ao sol e nutrição inadequada.
Nesses casos, os profissionais prescrevem a dose de suplementos necessária para corrigir esse problema.
Sintomas da falta de vitamina D
Às vezes, a deficiência de vitamina D é assintomática. Entretanto, os possíveis sintomas da falta de vitamina D em adultos são os seguintes:
- fraqueza;
- dor musculoesquelética;
- suscetibilidade a infecções;
- alterações do humor, como por exemplo, depressão;
- aumento e piora das crises de enxaqueca.
Portanto, se você tiver esses sintomas, considere a possibilidade de falta de algum nutriente, como a vitamina D.
Essa atenção é muito importante, pois é comum as pessoas confundirem sintomas de carência de vitaminas e de outros nutrientes com doenças e acabar, com isso, tomando medicamentos dos quais não precisam. Por favor, cuidado com isso.
Lembre-se sempre que muitos problemas de saúde podem ser resolvidos com simples ajuste nutricional ou suplementação. Considere a possibilidade de consultar um nutricionista ou médico nutrólogo (especialista em nutrição) para fazer essa avaliação. Este profissional fará exames que possibilitarão avaliar se você está com carência de algum nutriente.
Sabia que uma avaliação com essa e, é claro, o ajuste nutricional, pode fazer com que você, dependendo do caso, resolva seus problemas de saúde? Pois é, por isso, consulte um médico nutrólogo.
E note que não só a carência, mas também o excesso de vitaminas e outros nutrientes, podem causar problemas. Daí a limitação e a dificuldade de fazer suplementação por conta própria.
Consequências da falta de vitamina D no organismo
A deficiência de vitamina D no corpo pode causar osteoporose, osteomalácia, oscilação postural e quedas e aumentar o risco para infecções – bem como a gravidade dessas infecções – e ainda problemas de cognição (aprendizado, memória e atenção)1.
Em crianças, a carência desse nutriente pode provocar raquitismo, que é uma doença rara caracterizada pelo enfraquecimento e deformação dos ossos e retardo no crescimento.
Em adultos, essa deficiência aumenta a ocorrência e a mortalidade por várias doenças, como, por exemplo1,2:
- câncer (de intestino, mama e próstata, entre outros);
- doenças cardiovasculares;
- diabetes mellitus;
- doenças autoimunes crônicas (artrite reumatoide, esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistêmico e doença inflamatória intestinal);
- síndrome metabólica;
- infecções, incluindo as agudas do trato respiratório;
- doenças neurológicas.
Em função disso, recomenda-se avaliar os níveis de vitamina D em pacientes que têm essas doenças ou que estão em risco de desenvolvê-las. Isso porque a suplementação de vitamina D pode melhorar o quadro clínico dos pacientes e reduzir a mortalidade2.
De qualquer modo, nesses casos, pode-se inclusive considerar o uso de suplementação preventiva de vitamina D2.
Por fim, cuidado com a suplementação por conta própria. Afinal de contas, o excesso de vitamina D também pode causar toxicidade e prejudicar sua saúde. A diferença entre remédio e veneno é a dose. Por isso, cuidado com a automedicação.
Referências:
- Zhang S et al. Non-Musculoskeletal Benefits of Vitamin D beyond the Musculoskeletal System. Int J Mol Sci. 2021 Feb 21;22(4):2128. Disponível em https://www.mdpi.com/1422-0067/22/4/2128
- Pludowski P e al. Clinical Practice in the Prevention, Diagnosis and Treatment of Vitamin D Deficiency: A Central and Eastern European Expert Consensus Statement. Nutrients. 2022 Apr 2;14(7):1483. Disponível em https://www.mdpi.com/2072-6643/14/7/1483
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